Projecto Artémis® - Forum


Participe do fórum, é rápido e fácil

Projecto Artémis® - Forum
Projecto Artémis® - Forum
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Polémica - aborto espontâneo

Ir para baixo

Polémica - aborto espontâneo Empty Polémica - aborto espontâneo

Mensagem  Manuela Pontes Qua Dez 12, 2007 11:23 pm

ESTUDO IRRITA PRODUTORES DE ALHEIRAS

Qualidade das alheiras, em termos de segurança alimentar, em causa
“A qualidade das alheiras é preocupante em termos de segurança alimentar.” Era este o título de uma peça jornalística apresentada na edição da passada quinta-feira do Jornal Público, tendo como base um estudo desenvolvido por seis cientistas portugueses, que encontrou uma bactéria responsável por abortos espontâneos em 60 por cento dos lotes industriais de alheiras analisados.
No entanto, uma dessas cientistas, Paula Teixeira, em entrevista ao Mensageiro, diz que o título da notícia “é alarmista”, tendo em conta que este produto, “depois de uma cozedura adequada, pode ser consumido sem qualquer problema.”
Aquela docente da Escola Superior de Biotecnologia do Porto diz que a notícia avançada pelo jornal diário “não vai ao encontro da mensagem que o estudo, realizado nos últimos cinco anos, quer fazer passar.”
A intenção é de “alertar os produtores de alheiras para que cumpram os requisitos de higiene e fabrico, e até tem havido uma grande evolução nesse sentido”, acrescenta.
Paula Teixeira faz questão de referir que todas as bactérias que possam estar no produto são eliminadas com uma perfeita cozedura da alheira. Isto apesar do estudo ter detectado que alguns consumidores não cozinham a alheira com o tempo e a temperatura aconselháveis.
Apesar dos termos usados no artigo científico poderem ser considerados preocupantes, Paula Teixeira considera que "não se trata de uma situação de alarme. Se as alheiras forem bem cozinhadas, a probabilidade de infecção é quase inexistente.”
Os produtores de alheiras colaboraram com os investigadores e, segundo Paula Teixeira, "estão a trabalhar no sentido de melhorar" a qualidade dos seus produtos. Para tal, diz a investigadora, "estão a investir na melhoria das condições higiénicas e a desenvolver sistemas de autocontrolo".
A presença desta bactéria nas alheiras nem sempre tem a ver apenas com a falta de higiene. Paula Teixeira revela que o problema “pode estar nos ingredientes que são adicionados após a cozedura das carnes.”
Quanto aos locais onde foram adquiridas as alheiras para esta investigação, Paula Teixeira diz ter sido uma recolha em vários pontos do país.


O estudo da polémica:
Os dados avançados na edição do jornal Publico revelam que a bactéria listeria monocytogenes foi encontrada em 60 por cento dos lotes industriais de alheiras analisados. Trata-se de uma bactéria patogénica responsável pela listeriose nos animais e humanos.
Nos adultos e crianças, a listeriose manifesta-se pelo desenvolvimento da septicemia ou meningite e nas grávidas pode provocar o aborto espontâneo. Outros grupos de risco são os idosos, os recém-nascidos e as pessoas debilitadas em termos imunológicos.
A investigação centrou-se na análise de alheiras retiradas de estabelecimentos comerciais da região Norte do país, num total de 38 lotes – 33 provenientes de 12 produtores industriais e cinco de pequenos produtores ou cozinhas regionais de fumeiro. Nas alheiras de produção industrial, apenas 20 por cento tiveram um resultado considerado “satisfatório”; 30 por cento foram “insatisfatórias” e as restantes 50 por cento foram consideradas “potencialmente perigosas” pelos investigadores.
Neste trabalho, a bactéria listeria monocytogenes foi detectada em 60 por cento dos lotes de alheiras de produção industrial analisados.
As análises detectaram também a presença da bactéria staphylococcus aureus num lote de um pequeno produtor. Esta bactéria, quando ingerida, pode causar vómitos, diarreias e dores abdominais.

Contestação:
Os produtores de alheiras estão indignados com este estudo. Rui Cepeda, proprietário de uma fábrica de enchidos, em Mirandela, acha incrível como pode dar-se tanta importância a um estudo destes, porque “ninguém vai comer uma alheira crua.”
Jorge Morais, presidente da Associação Comercial e Industrial de Mirandela (ACIM), entende que “o estudo é demasiado precipitado e generalista”. O responsável refere que “a alheira de Mirandela certificada não se enquadra” na investigação e adianta que “as alheiras certificadas têm que reunir certos requisitos e certificações antes de serem comercializadas”.
Conceição Martins, da Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara, de Vinhais, manifestou também o seu desagrado, porque o estudo apresenta “bastantes incorrecções, pois baseia-se em critérios irlandeses”, e o método “não foi o mais correcto”.
O presidente da Associação de Produtores de Fumeiro de Barroso, do concelho de Montalegre, Boaventura Moura, refere que o estudo não diz respeito à sua associação. As Cozinhas Regionais de Fumeiro “apenas comercializam os seus produtos em feiras e outros eventos num raio de 40 quilómetros” e sublinha que “a bactéria listeria foi apenas encontrada em lotes industriais”.

Fonte: Mensageiro de Bragança

Manuela Pontes
Artemisa Platina
Artemisa Platina

Feminino
Número de Mensagens : 2254
Idade : 53
Localização : Braga
Emprego/lazer : Professora/Escritora
Data de inscrição : 08/12/2007
Reputação : 22
Pontos : 6626

http://www.pactodesilencio.zip.net

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos